O capixaba Lincoln foi gigante e hoje é exemplo incontestável de superação. Atleta de forma física invejável, detectou câncer nos rins em agosto de 2018, mas manteve-se firme, fiel aos seus sonhos, soberano com sua fé.
Em dezembro do mesmo ano, submeteu-se à cirurgia de retirada do rim esquerdo. Em abril de 2019 retornou às atividades físicas e em julho, do mesmo ano, já defendia Marechal Floriano no Campeonato Estadual de Futebol de Areia.
Disputou, com êxito, diversos torneios (em alguns dos quais sendo eleito melhor jogador ou tendo sido artilheiro) e no início da temporada seguinte foi convocado para a disputa da primeira edição do Campeonato Mundial de Futebol de Areia Raiz, que por causa da pandemia foi realizado no final do ano.
Mostrando todo o seu talento, o capixaba foi campeão invicto pela seleção brasileira, tendo marcado dois gols, um deles considerado, pelos participantes, o mais bonito da competição.
Na entrevista abaixo, Lincoln nos conta um pouco de sua luta para vencer esta doença tão terrível e também de sua glória eterna ao conquistar um título mundial.
Lincoln: mais do que atleta de sucesso, uma verdadeira inspiração. Confira abaixo.
Entrevista:
*Quando começou a sua luta contra o câncer?
Minha luta contra o câncer começou exatamente em agosto de 2018, quando comecei a urinar sangue e daí, em novembro, descobri que tinha câncer em um dos rins.
*Nossa...
Devido á proporção da doença foi necessária uma cirurgia de retirada do rim esquerdo, o que aconteceu em dezembro de 2018.
*Quando você conseguiu retomar as atividades físicas?
Foi em abril de 2019 e em julho competi no Campeonato Estadual de Beach Soccer, realizado em Vila Velha, defendendo Marechal Floriano.
*Na verdade, você voltou em grande estilo, com brilhantismo...
Fui artilheiro e eleito melhor jogador de torneio realizado em Meaípe, pelo Bruno Xavier. E também fui artilheiro do Campeonato Municipal de Vila Velha. Atuei pelo Craques da Praia. Participei também da Copa Luz do Mundo, realizada em Iriri.
*A convocação para a primeira edição do Campeonato Mundial de Futebol de Areia Raiz foi quando?
Foi em janeiro de 2020. O evento seria em março, mas foi adiado para dezembro último em função da pandemia. É bom destacar que esta convocação me motivou a treinar mais e mais em busca do meu objetivo.
*A competição aconteceu no Parque Olímpico do Rio de Janeiro com dez seleções: México, Tunísia, Colômbia, Paraguai, França, Chile, Uruguai, Bolívia, Angola e Brasil. O que achou da sua participação?
Considero minha participação muito importante, pois, além de ser a realização de um sonho, pude contribuir com dois gols que ajudaram muito o Brasil a conquistar o título.
*O gol contra a França foi sensacional. Após cobrança de escanteio, você deu um chapéu no adversário e, sem deixar a bola cair, chutou cruzado no ângulo, com a canhota...
Foi um gol que ficou marcado. Dentre os participantes do evento e integrantes das seleções, foi escolhido o mais bonito da competição.
*Quais são as diferenças mais marcantes do beach soccer e do futebol de areia raiz?
No futebol de areia raiz são dois tempos de 20 minutos e cinco jogadores na linha. No beach soccer, três tempos de 12 minutos e quatro jogadores na linha. Basicamente são estas as principais diferenças.
*O Brasil teve campanha irretocável...
Foi ótima, com 100% de aproveitamento. Ganhamos todas as partidas da competição: 5 x 3 (França), 5 x 2 (Tunísia), 11 x 1 (México), 2 a 1 (Angola), 4 x 1 (Uruguai) e 4 x 2 (França) na grande final.
*Qual expectativa para 2021?
O ano está começando e a expectativa para 2021 é grande pois a pandemia dificultou bastante o esporte em 2020.
*Como você se sente, após a luta que você travou pela vida e, agora, com o título do Mundial?
Me sinto feliz e orgulhoso e, principalmente, agradecido a Deus por estar vivo e praticando este esporte que amo.
*Qual é a sua maior motivação?
Deus, minha saúde e minha família.
*Por favor, sua mensagem final...
A mensagem que deixo é muita fé e nunca desistir dos sonhos. Viva a vida intensamente.