12/12/2018 às 21h48min - Atualizada em 12/12/2018 às 21h48min

Militante comunista viveu quase 20 anos na clandestinidade

Trocar de identidade era a maneira de sobreviver a perseguição politica

- Nilo Tardin
Panorama do Rio Doce em Colatina
Depois do golpe de 31 de março de 1964, líderes comunistas de Colatina ameaçados de morte passaram a viver no mundo das sombras para fugir da prisão e da tortura.

A vida na clandestinidade de um lugar para outro com documento ‘esquentados’ – papéis falsos-, era a saída para escapar da linha dura revela o pesquisador Élio Ramires Garcia, 75 anos. Ele foi preso em 1971 em Belo Horizonte (MG).

Élinho era militante do PCB antes de 1961 depois ingressou nas fileiras do PC do B. Outro militantes comunistas colatinense obrigado a viver escondido foi o servidor público Carlito Osório. 

“O AI-5? Foi uma porrada na boca do estômago. Instituiu uma ditadura militar escancarada. Tinha 25 anos estava o Rio de Janeiro atuando nos movimentos sociais. Passei a clandestinidade em 1966. José de Almeida Lima foi um dos nomes que usei. Fui um preso político clandestino. Bico fechado era a única forma de escapar”, recorda.

Em Colatina, Élio Garcia foi Eliodir Garcia Ortega. Segundo ele, com essa identidade falsa chegou a ser secretário municipal do PMDB. “Reassumi minha identidade em 1983 como o nome de Élio Ramires Garcia. Até então se alguém desconfiou. Desconfiou nada”, confessou.
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