29/06/2022 às 10h28min - Atualizada em 29/06/2022 às 10h28min

As Lentes Encantadas do Mestre Afrânio

Afrânio veio para Colatina em 1940 aos quatro anos de idade

- Nilo Tardin / Laili Campostrini Tardin
DDC News
Acho importante na minha carreira a retirada dos trilhos da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) do centro de Colatina, diz Afrânio. Fotos: Nilo Tardin - 28/06/2022

 
Ele revelou cenas marcantes de nossa rica, impressionante e maravilhosa história.

A lente encantada do fotógrafo Afrânio Serapião de Souza registrou com a luz, fotos memoráveis dos últimos 60 anos da Centenária Princesa do Norte (1921 a 2021).

Aos 86 anos, nasceu em Afonso Cláudio a 22 de maio de 1936 -, Afrânio guarda no computador pessoal, estantes e armários a façanha de fotografar a pulsante vivência de Colatina, Noroeste do Espírito Santo. 

Mestre na arte de captar o momento instantâneo, acompanhou de olhos bem abertos a evolução da fotografia.  Dos negativos em preto e branco revelados em pôsteres no laboratório de casa, ao filme colorido até a recente revolução digital.

Filho de Antônio Serapião, poeta, jornalista e o topógrafo que traçou o município de Linhares, e Nair Lamas D’Ávila de Souza, Afrânio veio para Colatina em 1940 aos quatro anos. Daí não saiu mais. Viveu da fotografia profissional dos vinte e poucos anos até se aposentar dia desses.  

Sexto de nove irmãos, seis mulheres – Maria, Alda, Hildety, Ariadne, Luzia e Heloisa e três homens – Arnaldo, Afrânio e Carlos -, teve contato com a fotografia na adolescência.  Entrou no ramo depois de deixar o emprego fixo de bancário no Banestes nos anos de 1960.

“Sai de lá convicto que ia ser fotógrafo “, afirmou na sala da confortável e ampla casa na Ladeira Cristo Rei. As pausas, como se pensasse antes de contar casos das fotos na tela, a expressão austera dá lugar a divertidas risadas.

 É casado com Rozalva Sperandio Serapião. O casal tem duas filhas: Juliana e Gabriella.

Na jornada profissional de Afrânio,  além de retratar casamentos luxuosos, aniversários e eventos sociais, deixa congelado no tempo retratos espetaculares das belezuras dos concursos de misses, a mágica obra do gigantesco Cristo Redentor, exposições agropecuárias, a visita de Tancredo Neves, a inauguração da Estação Ferroviária, o Último Trem, a catástrofe da enchente de 1979 e a construção do Aterro da Avenida Beira Rio, entre outros rolos de filmes e filmagens. 

 Faz questão de acrescentar que teve como entre seus incentivadores Brunório Serafim, Clecyr Guimarães, Raul Ângelo Giuberti e Luizinho Dalla Bernardina.

“Considero importante na minha carreira a retirada dos trilhos da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) do centro de Colatina.  Uma multidão compareceu à festa do prefeito Paulo Stefenoni (1973 a 1977). Virou feriado. Os fotógrafos aproveitaram e foram pescar. Registrei tudo praticamente sozinho. Ainda bem que tinha bastante filme. Ninguém me contratou, por pouco não teria registro algum, mas tive o incentivo de Adelson Epichim”, afirmou ao nadar de braçada na reportagem sobre o Último Trem, em 1975.
Afrânio relembra da primeira vez que viu uma máquina fotográfica e seu encantou pelo equipamento.

“Foi na década de 1950. Primas do Rio de Janeiro  vieram  nos visitar. Trouxeram uma máquina Kapsa. “Bateram retratos nossos. Eu e minhas irmãs na frente da antiga prefeitura (atual câmara dos vereadores). Tinha cinco anos. Uma raridade”, concluiu.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
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