27/10/2023 às 19h54min - Atualizada em 27/10/2023 às 19h54min

Seca no Amazonas revela esculturas feitas com pedra lascada

Texto e pesquisa por Fagner Oliveira
Rostos representam diferentes emoções, também representam estados de espírito. Foto: Ilustração.


Devido a uma atual seca no coração da Floresta Amazônica, enigmáticas gravuras antigas datadas de entre 1.000 e 2.000 anos atrás emergiram de um leito de rio. Essa descoberta marca apenas a segunda vez que esse notável fenômeno foi testemunhado.
 
Localizadas onde o Rio Negro e o Rio Amazonas se encontram, nos arredores de Manaus, Brasil, as raras gravuras, datadas de entre 1.000 e 2.000 anos atrás, retratam água, animais e pequenos rostos humanos. Os arqueólogos estão impressionados com isso porque o grupo de rostos humanos só foi revelado uma vez antes, em uma seca regional de 2010.
 
Normalmente, essas gravuras antigas ficam submersas para sempre. No entanto, uma seca recente reduziu os níveis de água para o mais baixo em mais de um século. Conhecidas como "Caretas," as principais questões que agora confrontam os pesquisadores na Amazônia são: quem esculpiu essas petroglifos e o que eles significam?
 
Jaime Oliveira do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acrescentou comentando o ressurgimento desses petroglifos que os antigos habitantes da Amazônia também enfrentaram períodos de seca "mais severos do que estamos experimentando agora". Pode-se concluir que, para terem criado essas gravuras, o rio estava seco ou talvez nem existisse. E se essa descoberta de animais e humanos esculpidos não fosse o suficiente, de acordo com um relatório da VOA, se a seca continuar, os arqueólogos acreditam que mais petroglifos serão revelados ao longo do leito do rio.
 
O que significam as gravuras?
 
Feitas com machados de pedra lascada, Oliveira descreveu o grupo de petroglifos como "arte gráfica complexa". Além disso, o arqueólogo disse que essas pequenas figuras humanas "transmitem emoções, tanto alegria quanto tristeza".
 
Portanto, quando interpretadas corretamente, as gravuras revelarão "importantes insights sobre as sociedades que viveram neste local". E, como os rostos representam diferentes emoções, também representam "estados de espírito". Esse fato permite que os arqueólogos especulem sobre o que as pessoas celebraram e sofreram durante aquele período.
 
 
 

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