28/11/2023 às 14h14min - Atualizada em 28/11/2023 às 14h14min

Seca revela naufrágio de navio centenário no Rio Doce em Colatina

Destroços do navio estão afundados debaixo da ponte Florentino Avidos

- Nilo Tardin
DDC News
Os destroços da embarcação centenária afloraram no Rio Doce.Foto: Glauber Galimberti.

 
 
Os destroços de uma das lendárias embarcações que singravam o Rio Doce, vieram à tona após seca provocada pela onda de calor que açoitou Colatina, noroeste do Espírito Santo.

A armação do madeirame e ferragem da cabine estão á flor da água. Podem ser vistos a olho nu de cima da ponte Florentino Avidos com a escassez de água no leito do rio. 

O detectorista Glauber Galimberti, 42 anos revelou que desde 2019 vem observando ano a ano o esqueleto do barco afundado. “Pensei que as cheias do Rio Doce iam arrastar a carcaça. Pelo contrário. Tudo indica que está agarrada no fundo. No início achei que eram pedaços de alguma barcaça da reforma recente da ponte. Não é. O que está ali pode ser um navio da antiga frota. E dos grandes”, afirma Glauber.

Glauber é formado em Gestão Ambiental. Acredita que o que resta do navio deveria ser resgatado. Além de preservar o achado arqueológico, a idéia é estudá-lo em busca de registros de sua origem e revelar os mistérios da Era de Ouro do Rio Doce navegável.

Uma canoa escavada em troco único foi recuperada pela prefeitura nos Anos de 1990. Encontra-se em exposição na fachada da Biblioteca Pública de Colatina.

“Trata-se da preservação da nossa história. Da navegação a vapor do Rio Doce. O navio Juparanã está perdido, soterrado no aterro da beira rio. Seria a chance de recuperar esse casco encalhado. Restaurar para mostrar as gerações futuras que navios de passageiros e cargas andavam no Rio Doce”, sugeriu. Glauber organiza um grupo visando inspecionar os destroços para verificar de perto as condições do navio naufragado.

De 1927 a 1955, o Vapor Juaparanã singrou o majestoso rio fazendo a linha Colatina a Linhares. Outros navios como o Tupy, Tamoyo, Milagres e os lanchões de passageiros eram o único meio de atravessar as margens do Rio Doce em Colatina, antes da construção da ponte Florentino Avidos, em 1928.
 
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Detectorista:  Atividade de quem usa um detector de metais para encontrar moedas, medalhas, etc.
 
 
 
 
 
 

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