15/03/2024 às 08h45min - Atualizada em 15/03/2024 às 08h45min

Emoção marca sepultamento de Gatão Carone no Ayrton Senna

Colatina decretou três dias de luto

- Nilo Tardin
DDC News
Gatás Carone Júnior tinha 72 anos. Foi sepultado com a camisa do Dragões do Norte. Foto: Divulgação.


O corpo de Gatás Carone Júnior, o Gatão foi sepultado por volta das 10h no Cemitério Parque dos Girassóis no Ayrton Senna, bairro ao norte de Colatina, noroeste capixaba.

A emoção marcou o enterro na presença de familiares e amigos, especial dos companheiros do Motoclubes Dragões do Norte e Criaturas do Asfalto. O ronco dos motores dos Dragões e Criaturas acompanhou o cortejo até o cemitério. Os motocicilstas com blusões dos clubes escoltaram o corpo de Gatás até a última morada.

O carro da funerária seguiu coberto com a bandeira dos Dragões do Norte.

Comerciante nato, Gatão faleceu aos 72 anos na última quinta-feira, 14 vítima de um infarto fulminante em sua casa na praia de Putiri, balneário da orla de Aracruz.
 
Gatão escolheu viver em Putiri assim que se aposentou no comércio onde atuou por 47 anos frente ao Gatão Lanches. O barzinho foi point da juventude até o dia que fechou as portas.
 
Deixa a esposa Neuza, os filhos Thaísa, Felipe e Nabil. Os netos Maria, Felipe, Luiz, João e Tom. O velório foi realizado na Capela Mortuária da Igreja Matriz de São Silvano. Querido por uma geração de colatinenses, Gatás era conhecido pela boa pinta, gentileza e habilidade de agradar todos, inclusive paladares exigentes com um cardápio recheado de iguarias.
 
Bom amigo, Gatão sempre que viajava para o exterior ou mesmo no país, trazia-me uma pequena lembrança. Era amante do motociclismo, um dos criadores do Motoclube Dragões do Norte onde praticava como na vida a união e amizade.


Eu tenho até hoje colado a minha motoca, um escudo da Rota 66 quando a percorreu de ponta a ponta nos EUA de Harley Davidson, em companhia com uma turma de colatinenses.

Em julho de 2023, Gatão foi personagem na abertura do meu filme, o Curta Metragem Colatina, a Princesa do Rock.

Reportagem publicada em 2019 quando Gatão Lanches fechou as portas.

Uma luz se apaga na Cassiano Castelo.  Não haverá mais expediente a partir desta segunda-feira, 2 na charmosa casa nº 248 onde durante 47 agradáveis e deliciosos anos funcionou o Gatão Lanches no coração do centro de Colatina, noroeste capixaba.

O bar fechou as portas no último dia 31 de agosto. Cumpriu com esmero sua missão ao longo de quatro décadas como ponto de encontro dos amigos. Sempre regado a cerveja geladinha, pizzas e tradicional cardápio de quitutes da cozinha libanesa.  

O brilho noturno da fachada iluminada do Gatão se apaga de vez na noite colatinense. A marca Gatão sai do ar com a baixa da empresa.  Fica para trás tatuado no tempo a era que a lanchonete lotava a rua de gente jovem, bonita e elegante. A onda era esperar as primeiras horas da madrugada para  curtir a Boate Anexo.

 É bom recordar que a Anexo também pertencia a Gatas Carone Júnior, o Gatão. Ele esteve à frente do barzinho durante 40 anos desde que o abriu aos 21 anos quando ainda fazia faculdade, cabeludo calça boca de sino e sapato cavalo de aço.  

Só saiu detrás do balcão depois que se aposentou há sete anos.  “Abrimos o Gatão Lanches em 1972. No começo de tudo era apenas um corredor estreito com bancos de madeiras na bancada”, recordou. Ali eram servidos os já famosos salgadinhos e doces de sua mãe Dona Ana Nakad Carone e apoio do pai Gatas Carone que veio do Líbano.  Nessa época, os trilhos da estrada de ferro cortavam a cidade o meio. 

O Bar do Gatão, ponto a ponto acompanhou as transformações da cidade. Ainda nos agitados Anos 70 no local funcionou num curto período, o restaurante e piano bar Al Ryan com apresentações diárias do mestre da bossa nova e do jazz Gilberto Garcia.

Do balcão no corredor a moderna decoração arquitetada agora pela renomada médica Kelly Guariento Marques, o Gatão Lanches deixa saudades. Do céu, freqüentadores assíduos também deixaram lembranças como Chico Papagaio, Luiz Benetti, Arnaldo Mageste, Honorinho Fraga, Mário Campi, Vassoura entre outros filhos ilustres da Princesa do Norte.

Sem contar a atuação marcante e histórica do garçom Manuel. Gatão decidiu que era hora de parar por que a filha que assumiu o negócio não quis continuar no ramo.  Enfim, o brilho que se apaga encerra uma era, mas recomeça outra após aparecer um grupo com intenção de  abrir um bar e restaurante com outro nome,  é claro -, daqui uns meses… Obrigado Gatão.
 

 
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