11/04/2024 às 12h43min - Atualizada em 11/04/2024 às 12h43min

Shila Joaquim participa do projeto Trocas e Olhares realizado pelo SESC São Paulo

- Shila Joaquim
Pauta de Cultura
Shila Joaquim.Foto: Divulgação.



Shila Joaquim, artista visual residente em São Mateus há 17 anos participa do projeto Trocas e Olhares, idealizado pelo Sesc São Paulo, e lançado em 2018, a partir de uma seleção de obras do Acervo Sesc de Arte. A artista a convite da instituição embarcou para Piracicaba (SP) dia 1 de abril para participar do lançamento da segunda edição do projeto.  

O objetivo do projeto é unir artes visuais, educação e formação de professores, a fim de estimular a experiência estética como disparadora de processos de transformação individual e social. A ação inclui a distribuição de uma publicação, com imagens e informações sobre obras artísticas, a partir de uma curadoria temática, e a formação de profissionais da educação que replicam os conhecimentos com estudantes e outros profissionais da área. 

A coordenação editorial desta edição ficou a cargo do coletivo mineiro JA.CA. Para compor a publicação – que nesta edição celebra os trabalhos da Bienal Naïfs do Brasil, promovida pelo Sesc desde 1986 – foram analisadas mais de 240 obras do Acervo Sesc de Arte e, ao final, feito um recorte de 30 trabalhos criados entre 1986 e 2019, por 29 artistas de todas as regiões do Brasil, a exemplo de J. Borges (PE), João Pereira de Oliveira (AM), Shila Joaquim (SP) e Carlos Alberto de Oliveira (RS).

Tanto o conteúdo quanto a dinâmica dos encontros promovidos pelo evento baseiam-se na abordagem triangular – fundamentada nos eixos: apreciação artística, fazer artístico e contextualização histórica – da arte-educadora e pesquisadora Ana Mae Barbosa, professora titular aposentada da Universidade de São Paulo (USP) e ex-diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP.

A curadoria estabeleceu seis grandes eixos temáticos – Natureza, Corpos, Ritos, Cotidianos, Trabalhos e Lutas. “Concebemos esse material dentro de um ambiente macro da cultura popular, com muitos artistas ainda vivos e produzindo. Também nos debruçamos em criar camadas de ferramentas para os professores, com foco na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ”, destaca Francisca Caporalli, integrante do coletivo JA.CA. Para ela, essas propostas podem ser levadas à sala de aula, como reflexões e subsídios em atividades práticas de diferentes disciplinas. “As obras e os temas apresentados podem servir para tratar de muitos assuntos, como: ancestralidade, diversidade de corpos, festas, rituais, lugares que ocupamos e profissões que desapareceram”, avalia.
 
Segundo Samantha Moreira, também curadora, foram convidados seis nomes de fora do meio acadêmico (Ailton Krenak, Lua Cavalcante, Dione Carlos, Iguatemy da Silva Carvalho, Antônio Bispo dos Santos [1959-2023] e Naine Terena de Jesus) para escrever sobre cada um dos eixos e dialogar com os leitores-participantes”, explica. Moreira acrescenta que o coletivo buscou levantar uma discussão atual, política, social e humana, para se pensar o Brasil e suas questões a partir de pautas atuais e urgentes, como as mudanças climáticas.
 

A arte das trocas

Em sua segunda edição, projeto Trocas e Olhares marca os mais de 30 anos da Bienal Naïfs do Brasil, promovida pelo Sesc São Paulo
 Em celebração à Bienal Naïfs do Brasil, realizada desde 1986, a segunda edição do projeto Trocas e Olhares dá continuidade à proposta de aprofundar as colaborações do Sesc com instituições formais de ensino, propondo um recorte do Acervo Sesc de Arte sobre poéticas oriundas de diversos contextos e de espaços para aprendizado de arte.

Desenvolvido prioritariamente para uso em encontros presenciais de formação de professores e educadores em artes visuais, realizados nas unidades do Sesc, o material gráfico, com textos de mediação e propostas pedagógicas, foi produzido para que os participantes possam aplicá-lo em ações educativas.
 
A publicação reúne obras de artistas provenientes de diferentes territórios, com distintos repertórios e perspectivas, que, em diálogo, dão a ver a pluralidade da produção nacional em artes visuais. Segundo Juliana Braga de Mattos, gerente da Gerência de Artes Visuais e Tecnologia do Sesc São Paulo, Trocas e Olhares une a perspectiva da ação educativa da instituição ao Acervo Sesc de Arte, uma importante coleção de artes visuais, com mais de 70 anos de existência, e um olhar voltado principalmente à produção contemporânea brasileira.

“Com uma nova curadoria de obras de artes – todas derivadas da longeva Bienal Naïfs do Brasil –, esta segunda edição do material vem refrescar e fortalecer o nosso diálogo com educadoras e educadores, a fim de contribuir com a sensibilização artística praticada em escolas e outras instituições com viés educativo”, destaca.

A artista explica que o evento dialoga com seu trabalho acadêmico e com sua militância artística que vem ao longo dos anos, pontuando os atravessamentos da Arte na Educação e salientando que Arte é uma das formas de produção de conhecimento. Diz ela, que é uma honra participar e destacar a cidade de São Mateus (ES) como produtora de ideias e Arte.

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