O economista Marcos Venício Moreira Andrade, assassino confesso do ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata, foi condenado a 28 anos de prisão, por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma.
A sentença foi proferida por volta das 16h20 desta quarta-feira , 4 no Fórum Criminal de Vitória, onde foi realizado o júri popular sobre o caso.
Em julho de 2019, a Justiça decidiu que Marcos Venicio, denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, fosse submetido a júri popular.
Marcos Venício é economista e era o responsável pelas finanças e pelas campanhas políticas de Camata entre os anos de 1986 e 2005. A linha de investigação do Ministério Público aponta que o motivo do crime foi financeiro.
O ex-governador moveu um processo contra o acusado por calúnia e difamação, depois que o ex-assessor foi a público apontar possíveis irregularidades no governo de Camata. Eles tinham uma briga desde então e o processo teria motivado o crime.
O julgamento teve início nesta terça-feira, 3 No primeiro dia, todas as sete testemunhas de acusação e as quatro de defesa foram ouvidas. Inicialmente, seriam cinco de defesa, mas uma delas foi dispensada.
O réu confesso Marcos Venício Moreira Andrade foi o último a prestar depoimento.
Durante o depoimento, na noite de terça, o réu disse que tentou se aproximar de Camata por diversas vezes para explicar as denúncias que foram feitas contra ele, mas que sempre era recebido com agressividade pelo ex-governador.
No dia do crime, de acordo com o acusado, ele teria encontrado uma oportunidade de se aproximar de Gerson.
Sobre o porte da arma, Marcos Venício afirmou que foi uma coincidência estar com ela e que ele estaria levando a arma para ser regularizada na Polícia Federal.
Já o segundo dia de júri teve início às 10 horas, com os debates entre acusação e defesa. Conforme a legislação, o tempo destinado foi de uma hora e meia para cada um.
Pouco antes das 10 horas, a viúva do ex-governador, Rita Camata, chegou ao Fórum de Vitória para acompanhar o segundo dia de julgamento.
No início da tarde, foi feito um intervalo para o almoço e, na volta, estavam previstas a réplica e a tréplica entre as partes. No entanto, defesa e acusação decidiram encerrar os debates.
Em seguida, houve a reunião entre os jurados, promotor de Justiça e advogado de defesa em uma sala secreta, para que fosse feita a votação. Logo depois, a sentença foi lida pelo juiz para todos os presentes.