28/06/2022 às 19h08min - Atualizada em 28/06/2022 às 19h08min

Pistoleiro executor da jornalista Maria Nilce é preso na Serra 33 anos após o crime

A jornalista foi assassinada com três tiros, em 1989, quando chegava com a filha em academia na Praia do Canto

Folha Vitória
A motivação do crime seria, conforme divulgado na época, o conteúdo das matérias que Maria Nilce escrevia no antigo Jornal da Cidade.. Foto: Divulgação.


No início da tarde desta terça-feira 28 um dos executores da jornalista Maria Nilce foi preso na Serra durante Força-Tarefa da Segurança Pública do Espírito Santo, composta por Policiais Federais, Rodoviários Federais e Guardas Civis Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana.

 

Tido como um dos crimes de maior repercussão na história do Espírito Santo, a jornalista foi assassinada com três tiros, em 1989, quando chegava com a filha numa academia na Avenida Aleixo Neto, na Praia do Canto, em Vitória.

A motivação do crime seria, conforme divulgado na época, o conteúdo das matérias que Maria Nilce escrevia no antigo Jornal da Cidade, onde denunciava o tráfico de drogas e os envolvidos nessa modalidade de crime.

O homicídio foi inicialmente investigado pela Polícia Civil e posteriormente transferido para a Polícia Federal. De acordo com o órgão, as investigações apontaram como mandante o empresário José Andreatta que teria contratado o ex-policial civil Romualdo Eustáquio Luz Faria, o Japonês e este, por sua vez, teria subcontratado dois pistoleiros para a execução, José Sasso e ex-PM Cezar Narciso de Souza.

A dupla de executores teria fugido com o auxílio do piloto de avião Marcos Egydio Costa e do também policial civil Charles Roberto Lisboa.

José Sasso morreu envenenado na cadeia e Marcos Egydio foi assassinado em Jacaraípe. Andreatta, Japonês, Lisboa e Narciso foram condenados, respectivamente, a 24, 15, 17 e 19 anos de reclusão. De todos eles o único que nunca havia cumprido pena até hoje era Cezar Narciso de Souza.

Procurado desde sua condenação definitiva em 2018, havia indicativos de que Narciso pudesse estar escondido na Bahia, em uma propriedade rural no noroeste capixaba ou no sudeste mineiro.

Depois de meses em diversas ações de busca, surgiu então a indicação de que ele estaria residindo em São Diogo, na Serra.

Nas últimas semanas, os trabalhos se intensificaram sendo realizadas inúmeras diligências contando com o apoio de todas os integrantes da Força-Tarefa, o que culminou com a prisão nesta terça 28.

O homem não resistiu ao ser abordado e confirmou que se tratava realmente de Cezar Narciso. Ele foi preso, levado para a Superintendência da PF e, após a formalização necessária, será encaminhado ao sistema penitenciário estadual.

Em nota enviada à imprensa, a Polícia Federal aponta que esta é uma prisão de grande importância, pois coloca atrás das grades um criminoso de alta periculosidade, que foi condenado por um crime bárbaro e que chocou a sociedade capixaba. "Sua prisão certamente contribuirá para a diminuição da sensação de impunidade no Espírito Santo", diz.

Um dos filhos de Maria Nilce, Juca Magalhães, disse que espera que Narciso cumpra a pena à qual foi condenada. 

"Espero que ele cumpra a divida dele com a sociedade. A prisão dele ´´e importante. A Polícia Federal está de parabéns por não deixar ele cair em esquecimento. Apesar que gostaria que isso tivesse sido feito lá trás, todo isso teve um impacto grande na nossa família", frisou. 

 


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