05/11/2020 às 16h04min - Atualizada em 05/11/2020 às 16h04min

Mata Atlântica é o bioma com mais animais e plantas ameaçadas de extinção, diz IBGE

Estudo mostra que há 3.299 espécies em risco de desaparecimento em todo o Brasil

Também é um bioma que possui muitas espécies endêmicas, que só são encontradas ali, então elas são ainda mais sensíveis a esse tipo de impacto.

A Mata Atlântica é o bioma brasileiro em que a fauna e a flora estão mais ameaçadas de extinção. Das espécies avaliadas, 1.989, o equivalente a 25%, estão incluídas nessa categoria. Em todo o país, o número chega a 3.299.

Os dados são da pesquisa "Contas de Ecossistemas: Espécies ameaçadas de extinção", divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é feita a cada cinco anos.

O estudo analisou as listas de espécies nacionais oficiais de 2014 e as avaliações sobre a sua conservação, publicadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ).

O bioma se espalha por 17 estados brasileiros, mas está concentrado principalmente no litoral: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. 

De acordo com o IBGE, atualmente são reconhecidas no Brasil 49.168 espécies de plantas e 117.096 de animais. A pesquisa analisou 4.617 espécies da flora e 12.262 espécies da fauna para as quais existem informações sobre seu estado de conservação. Elas representam, respectivamente, 11% e 10% do total.

Entre as espécies avaliadas, cerca de 20% (3.299) estão ameaçadas de extinção. Além disso, ao menos dez espécies de animais já estão extintas. É o caso das aves: Maçarico-esquimó, Gritador-do-nordeste, Limpa-folha-do-nordeste, Peito-vermelho-grande, Arara-azul-pequena e Caburé-de-pernambuco.

O anfíbio Perereca-verde-de-fímbria também se encontra nesse grupo, assim como o mamífero Rato-de-Noronha e os peixes marinhos Tubarão-dente-de-agulha e Tubarão-lagarto. Já a ave Mutum-do-Nordeste está extinta na natureza, ou seja, depende de programas de reprodução em cativeiro.

Leonardo Bergamini, gerente de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE e coordenador técnico da pesquisa, explica que o risco de extinção das espécies reflete um processo demorado.

— Existe um tempo de resposta entre os impactos e ameaças, até isso levar à extinção. No caso da Mata Atlântica, como é no litoral, é onde primeiro se deu a colonização. Essa grande proporção de espécies ameaçadas reflete muito isso, é um processo de ocupação antigo, houve perda de áreas grandes da área natural — explica.

 

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