28/07/2021 às 08h30min - Atualizada em 28/07/2021 às 08h30min

A Sinuca do Benvindo fez história nos 100 anos de Colatina

O sinucão era ponto de encontro da rapaziada, craques do bilhar e da malandragem

- Por Paulo César Dutra (Cesinha)
Presente & Passado
A sinuca do Benvindo (foto) era frequentada por grandes jogadores de sinucas não só do Espírito Santo, como também de outros estados. Foto: Reprodução: Cesina Dutra.
 
 

A famosa Sinuca do Benvindo faz parte de boa parte da história de Colatina, no Estado do Espírito Santo, no Brasil. Ela ficava na avenida Getúlio Vargas, a principal e mais conhecida rua da cidade, que era cortada de fora a fora pela estrada de ferro da Vale.

A Sinuca ficava ao lado da famosa Palácio das Linhas, no número 500 da rua, que era uma referência de endereço para quem desejava chegar à sinuca.Ela tinha o nome do seu proprietário Benvindo Eugênio Dallapícula, nascido em 5 de maio de 1928, na localidade de Córrego do Senador, em Colatina. Ele era filho de Pedro Dallapícula e Maria Corona.
 
Benvindo depois de trabalhar com os pais na roça, já rapaz decidiu ir para o centro de Colatina, onde começou a trabalhar em um armazém de secos e molhados. Depois trabalhou em uma farmácia, na transportadora Colatinense, na empresa de madeiras Alves Marques, em uma padaria e em um banco, antes de abrir a sinuca.
 
O que ele pensava que seria uma forma de descansar um pouco a mente, a sinuca virou um pesadelo para o Benvindo, não por falta de comércio, porque a sinuca era movimentadíssima dia e noite.

O problema é que existiam os perturbadores da sinuca, como a saudosa dupla inesquecível da cidade, os jovens José Gomes e Gama (Juca Piorreia) e Mário Jerônimo Pretti (Majó), que iam para lá tirar as mesas do “prumo”, que impediam os jogadores de usá-las para jogar sinuca. Porém, Juca e Majó gostavam muito do Benvindo e nunca o desrespeitaram. Eram bons amigos.
 
A sinuca do Benvindo era frequentada por grandes jogadores de sinucas não só do Espírito Santo, como também de outros estados (Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro), por causa da fama dos craques dos tacos. Lá existiam os jogos apostados, como o da “Vida” no qual o vencedor era o único sobrevivente. Entre eles estava o ex-jogador de futebol de Colatina e ex-bancário, o José Lima, que foi zagueiro do América, de Maria Ismênia e do Colatinense.
 
Em 1975, quando a ferrovia da Vale foi retirada do centro de Colatina, Benvindo decidiu fechar a sinuca e mudar para Vitória, onde passou a morar no bairro de Jardim da Penha. Para não ficar parado, ele decidiu abrir uma banca de revistas, ao lado do hoje supermercados Epa, em Jardim da Penha.
 
Benvindo casou em Colatina, em 3 de maio de 1952, com Neilce Faroni, filha de Carlos Faroni e Pasqua Vago Faroni. Da união nasceram os filhos Pedro Carlos Faroni Dallapícula e Ricardo Eugênio Faroni Dallapicula. Benvindo faleceu em 1° de julho de 1997 e foi sepultado no cemitério Jardim da Paz, na Serra.  Neilce faleceu em 19 de outubro de 2000 e foi sepultada no cemitério Jardim da Paz.
 
Pedro, o filho mais velho é quem continua cuidando da banca de revista. Ricardo que tem a dupla cidadania italiana, mora na Itália.

 
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